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Mais um ex-candidato a deputado estadual pelo Prona denunciou, ontem, a vereadora Havanir Nimtz pela cobrança de vagas na chapa do partido que concorreu à Assembléia Legislativa. O vendedor ambulante Cícero José Arestides Henrique disse ter pago a ela R$ 3 mil em 27 de setembro de 2001 e apresentou um recibo da Livraria e Editora Enéas Carneiro, assinado por Havanir. Em troca, Cícero da Comunidade — como ele é conhecido — receberia três mil livretos de autoria de Enéas, presidente nacional do Prona, e a garantia de disputar a eleição. “Tive meu nome registrado na chapa, ganhei apenas santinhos para a campanha e não recebi os livros. Quero o meu dinheiro de volta”, disse Cícero. Ele conta que filiou-se ao Prona em meados do ano passado, já com a intenção de se candidatar a deputado para dar continuidade ao trabalho social que faz com associações beneficentes da região da Vila Missionária, na Zona Sul de São Paulo. Segundo Cícero, Havanir pediu R$ 5 mil inicialmente, mas aceitou negociar. O resultado da negociação aparece na gravação apresentada há uma semana por outro candidato a deputado do Prona, divulgada pela Rede Globo. Ao tentar convencer o microempresário Jorge Roberto Leite a apresentar uma contraproposta, Havanir conta o caso de Cícero. “Ele chegou na semana seguinte e disse: Doutora, vou pagar à vista, eu quero ver se a senhora aceita a minha proposta: R$ 3 mil em notas de R$ 10”, afirma Havanir, que é deputada estadual eleita e presidente do Prona paulista. Para conseguir o dinheiro, Cícero vendeu parte da casa onde mora com a mulher e um casal de filhos de 3 e 6 anos. “Pelo que vi no partido, todos tinham que pagar pela vaga”, disse ele, que teve 742 votos e não se elegeu. Havanir e a assessoria não atenderam a telefonemas para comentar o caso. Câmara e MP investigam o caso As denúncias de venda de vagas a candidatos ao Legislativo pelo Prona estão sendo investigadas pelo Ministério Público e podem colocar em risco o mandato de Havanir como deputada estadual eleita. Enéas Carneiro, eleito deputado federal com 1,5 milhão de votos, negou qualquer irregularidade na prática e disse que a venda do livretos é prevista em ata de reunião do partido protocolada na Justiça Eleitoral. Segundo ele, o objetivo é arrecadar recursos para manter o partido. Os promotores querem saber, porém, se o dinheiro arrecadado vai mesmo para o Prona. Também há dúvidas quanto à legalidade da intermediação da venda feita pela editora de Enéas. A Câmara Municipal aprovou a criação de uma comissão de sindicância para apurar se Havanir pode ter o mandato cassado por falta de decoro. Há pelo menos outras três denúncias semelhantes envolvendo a vereadora.

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